
Imagine carregar um ovo digital no bolso e ter que alimentá-lo, dar banho, brincar e, se necessário, limpar o cocô do seu mascote eletrônico.
Agora imagine fazer isso no meio da aula, escondido da professora, com medo que ele “morresse” por falta de cuidado.
Esse era o drama (e o fascínio) de ter um Tamagotchi, o brinquedo que virou obsessão mundial nos anos 90.
Lançamento e Origem
O Tamagotchi foi criado por Aki Maita e Yokoi Akihiro, lançado pela Bandai no Japão em 1996 e no resto do mundo em 1997.
Seu nome mistura as palavras japonesas “tamago” (ovo) e o final de “watch” (relógio), sugerindo um “relógio que choca”.
Inicialmente voltado ao público feminino, o brinquedo logo virou febre global, vendendo mais de 40 milhões de unidades em menos de dois anos.
Como Funcionava?
- Pequeno dispositivo eletrônico com três botões e uma tela LCD monocromática
- O jogador cuidava de um “bichinho digital” desde o nascimento até a vida adulta
- Necessidades: comer, brincar, dormir, vacinar, limpar
- Se ignorado, o Tamagotchi adoecia, ficava triste ou morria (gerando traumas infantis reais)
- Era possível criar múltiplos personagens com evoluções diferentes, dependendo do cuidado
O Impacto Cultural
- Tamagotchi virou febre global, principalmente entre 1997 e 1999
- Escolas chegaram a proibir o brinquedo por distração em sala de aula
- Inspirou diversos concorrentes: Giga Pet, Digimon V-Pet, Nano Pet
Evolução e Retornos
- O Tamagotchi original foi seguido por diversas versões:
- Tamagotchi Connection (2004): com infravermelho para troca entre bichinhos
- Tamagotchi Friends (2014): com mais funções sociais
- Tamagotchi Smart (2021): com tela colorida, touchscreen e pulseira
- A marca continua ativa, com linhas especiais para adultos e relançamentos vintage
- Em 2023, a Bandai lançou edições comemorativas com novos personagens e embalagens retrô
Curiosidades
- O Tamagotchi teve impacto tão forte que alguns psicólogos passaram a estudar vínculo emocional com máquinas
- Versões raras, como o Devilgotchi (com pet demoníaco), são vendidas por mais de R$ 2.000 no mercado de colecionadores
- Muitos usuários realizavam “funerais simbólicos” quando seus bichinhos morriam
- Algumas versões vinham com bichos evolutivamente desafiadores, como o personagem “Oyajitchi”, um velho rabugento
Conclusão
O Tamagotchi foi mais do que um brinquedo, foi uma lição de responsabilidade, rotina e afeto digital! Ensinou milhões de crianças a cuidar de algo com constância (e a sofrer com suas consequências), com seu design simples e charme único, ele continua sendo um símbolo da cultura pop dos anos 90, e uma janela nostálgica para um tempo em que carregar um bichinho no bolso era tudo que importava.