Ação Games: A Revista que Foi o Código Secreto da Geração Gamer dos Anos 90

Ação Games

Imagine descobrir os segredos de um jogo, ver as primeiras imagens de um console novo ou aprender como passar de fase usando apenas papel, tinta e muita imaginação…
Essa era a experiência de quem cresceu com a Ação Games, a revista que se tornou um guia essencial para os jogadores brasileiros durante os anos 90.

Criação e História

Lançada em 1991 pela Editora Abril, a Ação Games nasceu como um suplemento da revista VideoGame, mas rapidamente ganhou vida própria.
Foi a primeira publicação brasileira dedicada exclusivamente ao universo dos videogames, abordando desde o Atari até os consoles da época como Master System, Mega Drive, Super Nintendo e futuramente PlayStation e Nintendo 64.

A revista circulou até o início dos anos 2000, encerrando sua primeira fase impressa em 2002, com algumas tentativas de relançamento nos anos seguintes — inclusive em formato digital.

Estrutura e Seções Icônicas

A Ação Games era organizada em seções que se tornaram referência para leitores fiéis:

  • Cartucho Novo: análises e primeiras impressões dos lançamentos.
  • Dicas e Truques: com códigos secretos, passwords e golpes especiais (mortal pra quem jogava Street Fighter, Mortal Kombat e RPGs).
  • Corujão do Game: sessão de cartas dos leitores, muitas vezes com tom bem-humorado.
  • Soluções completas: passo a passo de fases inteiras, com mapas desenhados à mão.
  • Comparações entre consoles: disputas entre Mega Drive x SNES eram frequentes.
  • Pôsteres centrais e capas colecionáveis com artes marcantes e exclusivas.

Legado e Impacto

  • Foi a revista de games mais vendida do Brasil em sua época, com tiragens que ultrapassavam 200 mil exemplares mensais.
  • Formou toda uma geração de leitores que migraram para sites e canais de games atuais.
  • Revelou talentos como Pablo Miyazawa (que viria a dirigir a Nintendo World), entre outros jornalistas especializados em games.
  • Criou uma linguagem própria, misturando jargões de games com gírias brasileiras — o que aumentava a identificação com o público jovem.
  • Foi precursora da cultura de fandom gamer no Brasil, muito antes da internet popularizar fóruns e vídeos tutoriais.

Curiosidades

  • A edição nº 1 teve Sonic na capa, marcando a entrada da SEGA com força no Brasil.
  • A revista teve sessões especiais sobre locadoras de games, feiras internacionais e até os primeiros RPGs eletrônicos.
  • Algumas capas se tornaram itens raros entre colecionadores, como as de Killer Instinct, Final Fantasy VII e Resident Evil.
  • Era comum encontrar erros de tradução ou nomes de golpes trocados — o que acabou virando piada clássica entre leitores antigos.
  • Recebeu cartas com artes dos leitores e até fanarts que hoje são parte de acervos digitais de preservação cultural.

Conclusão

Ação Games foi mais do que uma revista: foi um elo entre gerações de jogadores brasileiros. Em uma época sem internet acessível, ela cumpriu o papel de guia, enciclopédia e clube de fãs ao mesmo tempo. Seu estilo irreverente, didático e apaixonado moldou a forma como o público nacional passou a consumir cultura gamer — e permanece viva na memória de quem abriu suas páginas em busca de mais uma vida, um código secreto ou só pra ver qual seria o “jogo do mês”.

Ben Tobias

Ben Tobias

Especialista em gerar artigos temporários repletos de curiosidades retro e cultura pop. Unindo conhecimento e paixão, é melhor voltar com o artigo completo comendo pão!

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